O aumento de rapidez de navegação na internet e a crescente portabilidade dos aparelhos associada à diminuição do seu tamanho conduziram à necessidade de arranjar formas de armazenamento de dados para além da capacidade de cada aparelho.
Os centros de dados são assim infraestruturas que, devido aos elevados consumos energéticos e outros fatores, têm um enorme impacto ambiental. Uma investigação académica publicada em 2021 indicava que as emissões associadas ao armazenamento e à transmissão de dados se situam nas 97 milhões de toneladas de equivalente de CO2 por ano, valores que, por exemplo, correspondem às emissões conjuntas da Suécia e da Finlândia.
O mesmo estudo diz que o consumo de água – maioritariamente para arrefecimento das máquinas – associado ao processo é de cerca de um milhão de piscinas olímpicas por ano e que o uso de terra para as instalações necessárias é equivalente ao tamanho combinado das cidades do México, Rio de Janeiro e Nova Iorque.
As emissões associadas ao armazenamento e à transmissão de dados situam-se nas 97 milhões de toneladas de equivalente de CO2 por ano
A Agência Internacional de Energia (IEA) publicou um texto em que chama a atenção para possíveis estimativas excessivas dos consumos associados à utilização da internet, em particular dos serviços de streaming. Aponta o facto de os impactos serem diferentes consoante a origem da energia consumida em cada país. É todavia de salientar que a IEA não apresenta números diferentes e é uma entidade que tem sido duramente criticada por alegadamente pôr em causa os esforços de descarbonização.
Os consumos energéticos dos centros dados são, de facto, um problema real com o qual os centros urbanos têm de lidar. Londres, por exemplo, tem a rede elétrica em sobrecarga e arrisca não poder construir durante 10 anos até serem feitos ajustes de forma à rede conseguir aguentar os centros de dados que a sobrecarregam.
No entanto, a consciência de que os centros de dados têm um impacto ambiental considerável, começa a produzir efeitos e alguns, como o de Sines, prometem até conseguir operar eventualmente de forma carbonicamente neutra.