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Miguel Judas

Cinco hábitos do dia-a-dia que prejudicam o ambiente

4 Mar 2024 - 10:00
Por vezes não sabemos ou sequer pensamos neles, mas há pequenos gestos do quotidiano com grande impacto para o ambiente. Mudá-los representa também mais um passo em direção a um futuro mais sustentável.

Não fechar a torneira enquanto se lava a louça, escovam os dentes ou faz a barba.

Este um daqueles clássicos sempre presente neste tipo de listas, mas se tal continua a acontecer é porque muita gente ainda se esquece desta regra básica. Um minuto com a torneira aberta representa um gasto de água de 12 litros. Se, em vez disso, for usado um copo para bochechar e depois lavar e enxaguar a escova, o gasto é de apenas meio litro. É uma conta simples de fazer. E a mesma regra pode ser aplicada a outros gestos do dia-a-dia, como lavar a loiça ou fazer a barba.

Um minuto com a torneira aberta representa um gasto de água de 12 litros.

Usar pauzinhos descartáveis para fazer refeições asiáticas

Com a popularidade da comida asiática em alta, os “hashi”, popularmente conhecidos entre nós como “pauzinhos”, tornaram-se também eles um objeto cada vez mais comum. O problema é, mais uma vez, o seu uso único, especialmente na opção takeaway, com a agravante de serem feitos de madeira, o que até poderia ser um material sustentável, não se desse o caso de tal representar, segundo a organização ambientalista Greenpeace, o abate de quase quatro milhões de árvores só para produzir os 45 mil milhões de “pauzinhos” usados na China durante apenas num ano. A opção será adquirir alguns pares reutilizáveis para ter em casa, tal como temos vários talheres.

segundo a organização ambientalista Greenpeace, são abatidas quase quatro milhões de árvores só para produzir os 45 mil milhões de “pauzinhos” usados na China durante ano.

Imprimir bilhetes de espetáculos ou de transportes

Hoje em dia tudo se compre e recebe via internet e todos os smartphones disponibilizam aplicações de armazenamento de bilhetes, que também pode ser guardados no bom e já velho email. Portanto o hábito que muitos ainda mantêm de imprimir, em papel, os bilhetes, é só uma redundância com custos ambientais. Apesar do papel ser reciclável, o seu fabrico implica o abate de árvores e um enorme gasto de água, já para não falar das tintas das impressoras e da energia necessária para as fazer funcionar.

Imprimir bilhetes em papel é só uma redundância com custos ambientais.

Fazer a barba ou a depilação com lâminas descartáveis

São baratas e fáceis de usar, facilitam a vida a muita gente, mas apesar de não serem consideradas um item de uso único, pois dão para usar entre duas a dez vezes, o tempo de vida útil das lâminas de barbear descartáveis é muito curto e o seu processo de fabrico implica grandes emissões de carbono devido aos metais e plásticos que as compõem. Segundo o site científico-ambiental ecowatch, mais de um milhão de toneladas de lâminas de barbear descartáveis foram deitadas ao lixo durante a década de 90 só nos Estados Unidos e para este ano prevê-se que mais de 160 milhões de americanos as continuem a usar. Acresce a isto o facto de ser um objeto praticamente não reciclável, apesar de várias tentativas já feitas. Já existem algumas alternativas mais duradouras ou amigas do ambiente no mercado, feitas de metal ou bambu, mas ainda são residuais, pelo que a alternativa pode passar por escolher um modelo recarregável ou simplesmente adquirir uma máquina.

Prevê-se que só este ano mais de 160 milhões de americanos usem lâminas de barbear descartáveis.

Usar sabonete líquido para lavar as mãos

Poderá ser mais rápido e até confortável, mas é cada vez mais do consenso geral que o sabonete líquido é pior para o meio ambiente do que a versão em barra. Não só pelas embalagens plásticas em que é vendido mas também porque o seu processo de fabrico é bastante menos sustentável. Segundo um artigo do site ambiental Green Matters, o sabonete em barra é considerado a opção mais sustentável, com 10 vezes menos impacto ambiental do que o sabonete líquido. Por exemplo, o seu processo de fabrico usa menos 30% de água que a versão líquida e a embalagem é habitualmente composta de papelão ou papel, materiais que se desintegram mais rápido do que todos os recipientes plásticos. Além disso, o sabonete líquido contém fragrâncias, corantes e ingredientes como SLS (dodecil sulfato de sódio), que ainda segundo o mesmo artigo “podem causar uma toxicidade baixa a moderada em ambiente aquático”.

 

É cada vez mais do consenso geral que o sabonete líquido é pior para o meio ambiente do que a versão em barra.