{"id":5001,"date":"2024-04-08T10:00:00","date_gmt":"2024-04-08T10:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/greenefact.sapo.pt\/?post_type=entrevista&p=5001"},"modified":"2024-04-08T13:19:41","modified_gmt":"2024-04-08T13:19:41","slug":"graca-fonseca-a-arte-e-a-criatividade-sempre-foram-muito-importantes-nas-grandes-mudancas-da-humanidade","status":"publish","type":"entrevista","link":"https:\/\/greenefact.sapo.pt\/entrevista\/graca-fonseca-a-arte-e-a-criatividade-sempre-foram-muito-importantes-nas-grandes-mudancas-da-humanidade\/","title":{"rendered":"Gra\u00e7a Fonseca: “a arte e a criatividade sempre foram muito importantes nas grandes mudan\u00e7as da humanidade”"},"content":{"rendered":"
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\n Gra\u00e7a Fonseca, co-fundadora e CEO da ag\u00eancia Because Impacts e ex-ministra da Cultura, fala sobre o que a levou a criar um projeto para reduzir a pegada ambiental dos eventos, sobre justi\u00e7a global e ativismo clim\u00e1tico e sobre como podemos enfrentar as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas nos pr\u00f3ximos anos, tamb\u00e9m atrav\u00e9s da arte.
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No ano passado, escreveu numa <\/b>cr\u00f3nica<\/b><\/a> para o jornal P\u00fablico sobre a expedi\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica que fez \u00e0 Gronel\u00e2ndia e conta que quando sai do governo, em 2022, prossegue a ideia de fundar um projeto pr\u00f3prio, que cause impacto social e ambiental. Quando \u00e9 que se apercebeu de que queria fundar um projeto pr\u00f3prio?\u00a0<\/b><\/p>\n

Na verdade, sempre tive essa ideia. Sou licenciada em Direito e depois fiz o doutoramento em Sociologia. A minha carreira come\u00e7a na Universidade de Coimbra, onde trabalhei na \u00e1rea da justi\u00e7a, no Observat\u00f3rio da Justi\u00e7a, que existia na altura. Desde o in\u00edcio que o tema do impacto social, ou seja, dos direitos das pessoas, da justi\u00e7a, da igualdade e de que maneira \u00e9 que as organiza\u00e7\u00f5es contribuem para vivermos num mundo melhor, esteve sempre muito presente. Ali\u00e1s, o meu doutoramento \u00e9 sobre discrimina\u00e7\u00e3o no sistema judicial. Ao longo deste percurso, fui sempre trabalhando ou tendo projetos nestas \u00e1reas de impacto, que depois se come\u00e7aram a cruzar com o tema do ambiente. A certa altura, tamb\u00e9m na C\u00e2mara de Lisboa. Portanto, tinha essa ideia de um dia construir um projeto, aproveitando a minha experi\u00eancia e as compet\u00eancias que ao longo dos anos fui desenvolvendo, e faz\u00ea-lo de uma forma aut\u00f3noma e livre, quando sa\u00edsse do governo. N\u00e3o queria ir para nenhuma grande organiza\u00e7\u00e3o, n\u00e3o queria ir para nenhuma institui\u00e7\u00e3o p\u00fablica nem para nenhuma grande empresa. Foi um risco grande que corri, mas, ainda assim, tinha a possibilidade de o fazer da forma que acredito que pode ser feita. Ao longo dos anos, sempre procurei inovar ou fazer diferente, o que nem sempre \u00e9 f\u00e1cil. Nem sempre as organiza\u00e7\u00f5es est\u00e3o preparadas para a mudan\u00e7a, nem sequer as pessoas, por vezes. Ter um projeto pr\u00f3prio tem esse lado positivo, porque a\u00ed podemos arriscar e tentar fazer diferente. E depois \u00e9 uma quest\u00e3o de ver se o projeto ganha vida. Mas pelo menos temos essa liberdade.<\/p>\n

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Que projeto \u00e9 o Because Impacts?<\/b><\/p>\n

\u00c9 uma ag\u00eancia que eu co-criei com um s\u00f3cio. Hoje, somos quatro pessoas a trabalhar aqui. Em 2022, quando decidi sair [do governo] e p\u00f4r em pr\u00e1tica a \u201csegunda temporada\u201d da minha vida, uma das \u00e1reas em que eu sempre quis desenvolver projetos foi a \u00e1rea de impacto social e impacto ambiental. Durante alguns anos, talvez desde 2016, comecei a ligar-me a alguns projetos e a algumas funda\u00e7\u00f5es, nomeadamente norte-americanas, na \u00e1rea da economia de impacto, a qual come\u00e7ou a surgir nessa altura, e comecei a acompanhar alguns projetos e tend\u00eancias. A ag\u00eancia procura, por um lado, ser uma ag\u00eancia pequena de consultoria no sentido cl\u00e1ssico. Ou seja, temos um projeto estrat\u00e9gico, de constru\u00e7\u00e3o e desenho de uma estrat\u00e9gia de sustentabilidade para reduzir a pegada e aumentar os impactos positivos das organiza\u00e7\u00f5es, nas \u00e1reas do retalho alimentar, de medi\u00e7\u00e3o de impacto e de comunica\u00e7\u00e3o. Desde o in\u00edcio, a nossa ideia foi usar a comunica\u00e7\u00e3o como uma dimens\u00e3o final de todo um caminho que fizemos com a organiza\u00e7\u00e3o. Depois temos uma segunda \u00e1rea, que, na verdade, tem mais que ver com o meu background<\/i>, ligada \u00e0 inova\u00e7\u00e3o, em que tentamos fazer aquilo que ainda n\u00e3o foi feito.<\/p>\n

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O que pretendem fazer na \u00e1rea de inova\u00e7\u00e3o?<\/b><\/p>\n

Temos estado a identificar \u00e1reas, por exemplo, na gest\u00e3o de res\u00edduos, para procurar melhores resultados. Atrav\u00e9s da nossa avalia\u00e7\u00e3o \u2013 e existem avalia\u00e7\u00f5es objetivas em que Portugal precisa de melhorar, em muito, as metas sobre res\u00edduos \u2013, chegou o tempo de tentar solu\u00e7\u00f5es diferentes daquelas que t\u00eam sido utilizadas no passado. Basicamente, constru\u00edmos parcerias com as entidades. Neste caso, temos parcerias com a Escola [Nacional] de Sa\u00fade P\u00fablica e com a Escola de IMS [Information Management School] da Universidade NOVA.<\/p>\n

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O que nos pode dizer sobre os projetos que t\u00eam em m\u00e3os com a Universidade NOVA?<\/b><\/p>\n

Com a Escola de Sa\u00fade P\u00fablica, estamos a fazer trabalhos na \u00e1rea das ci\u00eancias comportamentais. Um dos temas que sempre me interessou muito \u00e9: se percebermos melhor o nosso comportamento, conseguimos comunicar melhor e encontrar solu\u00e7\u00f5es melhores para problemas que ainda n\u00e3o foram resolvidos. Por exemplo, a forma como gerimos os res\u00edduos e separamos embalagens. O trabalho que temos planeado com a Escola de Sa\u00fade P\u00fablica, com a equipa da professora Marta Marques, \u00e9, primeiro, estudar o comportamento das pessoas na gest\u00e3o dos res\u00edduos, na separa\u00e7\u00e3o ou no descarte de alguns res\u00edduos; depois, iremos fazer um trabalho mais criativo e de comunica\u00e7\u00e3o, direcionado ao problema. H\u00e1 muitos problemas a resolver na \u00e1rea das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e da economia circular e o que n\u00f3s procuramos fazer \u00e9 construir boas parcerias com Universidades ou com empresas e ag\u00eancias para construir solu\u00e7\u00f5es que sejam uma mais-valia.<\/p>\n <\/div>\n\n

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A ex-ministra da Cultura criou h\u00e1 dois anos com um s\u00f3cio a Because Impacts, uma empresa de consultoria na \u00e1rea da sustentabilidade que tem como objetivo reduzir a pegada ambiental e aumentar a pegada social de grandes eventos socais, culturrais ou desportivos.<\/p> <\/div>\n<\/div>\n\n\n\n

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A Because Impacts est\u00e1 a trabalhar numa interven\u00e7\u00e3o estrat\u00e9gica para reduzir a pegada ambiental e aumentar a pegada social dos eventos, como referiu<\/b>. Mas, em termos pr\u00e1ticos, como \u00e9 que isto se faz?<\/b><\/p>\n

Cham\u00e1mos-lhe \u201cclimate squad\u201d<\/i>, assente na ideia de ir buscar cientistas, criativos, designers, humoristas. \u00c9 este grupo que consegue apresentar uma solu\u00e7\u00e3o integrada. Na parte dos eventos, come\u00e7\u00e1mos a trabalhar com os Chefs on Fire<\/a>, em Cascais, j\u00e1 h\u00e1 um ano. Na base, desenh\u00e1mos um projeto que tem, basicamente, dois objetivos. Por um lado, ter em aten\u00e7\u00e3o que os eventos \u2013 culturais, desportivos, etc. \u2013 t\u00eam um enorme impacto junto das pessoas, por, tipicamente, envolverem milh\u00f5es de pessoas a n\u00edvel global. Por outro lado, s\u00e3o lugares onde partilhamos um conjunto de valores e de gostos. No fundo, \u00e9 quase uma tribo. Estes lugares t\u00eam um enorme potencial para envolver as pessoas relativamente \u00e0quilo que \u00e9 preciso fazer, para podermos reduzir, coletivamente, a pegada de carbono. Os eventos s\u00e3o um local muito importante para isto, mas s\u00e3o tamb\u00e9m acontecimentos com uma pegada enorme. Um festival ou um grande jogo de futebol tem uma pegada gigante. \u00c9 importante ter esta consci\u00eancia e trabalhar para reduzir a pegada do evento.<\/p>\n

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Por onde se come\u00e7a para medir a pegada ambiental de um evento?<\/b><\/p>\n

A primeira etapa passou por medir a pegada de carbono do evento na sua base \u2013 medindo sistemas com o da \u00e1gua, da energia e da mobilidade, para perceber como \u00e9 que as pessoas se deslocam para o evento, e percebendo se h\u00e1 iniciativas para reduzir desperd\u00edcio alimentar, caso [os eventos] incluam a componente da alimenta\u00e7\u00e3o. H\u00e1 v\u00e1rias camadas que nos dizem qual \u00e9 a pegada de carbono daquele evento e definimos depois um conjunto de objetivos para alcan\u00e7ar daqui a cinco anos. A cada ano, h\u00e1 iniciativas que s\u00e3o implementadas para reduzir a pegada e alcan\u00e7ar esse objetivo final, sendo que os resultados s\u00e3o monitorizados de ano em ano.<\/p>\n <\/div>\n\n

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\n “Um festival ou um grande jogo de futebol tem uma pegada gigante. \u00c9 importante ter esta consci\u00eancia e trabalhar para reduzir a pegada do evento”. <\/div>\n<\/div>\n\n\n\n
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Foi a emerg\u00eancia clim\u00e1tica que moldou a vontade de criar um projeto que se desdobra na parte social e na ambiental?<\/b><\/p>\n

Tamb\u00e9m foi. Aquilo que sempre me movimentou foi o tema da mudan\u00e7a; como \u00e9 que transformamos a realidade, por onde passamos, e como \u00e9 que conseguimos mudar para melhor. E, de facto, o tema da justi\u00e7a clim\u00e1tica \u00e9 a simbiose do pilar social e do pilar ambiental. Desde 2016 que me come\u00e7ou a interessar muito \u2013 altura em que comecei a participar nalguns f\u00f3runs internacionais e projetos que na altura estavam a emergir e, hoje em dia, sim, acho que \u00e9 o grande desafio das nossas vidas e para mim tamb\u00e9m \u00e9 o grande desafio dos pr\u00f3ximos anos.<\/p>\n

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Pegando na justi\u00e7a clim\u00e1tica, e sendo as ci\u00eancias sociais a sua estrutura de forma\u00e7\u00e3o, como \u00e9 que olha para a din\u00e2mica dos movimentos sociais ativistas pela justi\u00e7a clim\u00e1tica em Portugal?\u00a0<\/b><\/p>\n

Sou uma grande entusiasta da comunidade e da sociedade civil; sempre fui. E acho que Portugal precisava de ter uma sociedade civil mais forte, mais din\u00e2mica e mais interventiva, porque acho que uma sociedade civil mais interventiva for\u00e7a a economia e a governa\u00e7\u00e3o \u00e0 mudan\u00e7a e a serem melhores, em condi\u00e7\u00f5es de democracia liberal. Mas a sociedade civil, tal como sempre entendi, \u00e9 muito importante. Acho que \u00e9 muito importante que haja um movimento clim\u00e1tico din\u00e2mico e ativo, para for\u00e7ar determinadas mudan\u00e7as e transforma\u00e7\u00f5es que tardam muito em aparecer. A sociedade civil e os ativistas t\u00eam esse papel. Acho tamb\u00e9m que h\u00e1 formas mais eficazes de o fazer do que outras, porque o tema clim\u00e1tico \u00e9 um tema que, para muitas pessoas, \u00e9 importante, mas ainda est\u00e1 longe; quando na verdade n\u00e3o est\u00e1. Quando sentimos que algo est\u00e1 longe, n\u00e3o nos preocupamos com esse \u201cl\u00e1 longe\u201d. H\u00e1 formas de ativismo ambiental que s\u00e3o mais eficazes do que outras para trazer mais pessoas e gerar mais empatia com a necessidade de fazer algo. O que me preocupa \u00e9 perceber o que \u00e9 que \u00e9 mais eficaz. Algumas iniciativas que eu vejo n\u00e3o s\u00e3o eficazes \u2013 ali\u00e1s, t\u00eam demonstrado que n\u00e3o o s\u00e3o.<\/p>\n

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Como quais?<\/b><\/p>\n

Aquelas que representam um grande constrangimento na vida das pessoas. N\u00e3o estou a falar de uma manifesta\u00e7\u00e3o, porque nas manifesta\u00e7\u00f5es as pessoas percebem que h\u00e1 a dimens\u00e3o da sociedade civil, mas interromper uma via r\u00e1pida naturalmente \u00e9 algo que vai deixar as pessoas n\u00e3o do lado de quem o faz, mas contra quem o faz. Portanto, parece-me que h\u00e1 formas mais eficazes. O tema do ativismo atrav\u00e9s do sistema judicial, como aquele processo<\/a> que seis jovens adolescentes interpuseram contra alguns Estados, \u00e9 uma iniciativa muito eficaz para chamar a aten\u00e7\u00e3o, para envolver as pessoas para falar sobre o tema. Os grandes processos judiciais est\u00e3o a crescer imenso hoje em dia, a justi\u00e7a clim\u00e1tica est\u00e1 a crescer imenso a n\u00edvel global. Portanto, h\u00e1 formas mais eficazes. Deve procurar-se sempre aquilo que pode trazer mais pessoas para a nossa causa.<\/p>\n <\/div>\n\n

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Gra\u00e7a Fonseca defende formas de ativismo ambiental mais eficazes, com capacidade de “trazer mais pessoas e gerar mais empatia com a necessidade de fazer algo”.<\/p> <\/div>\n<\/div>\n\n\n\n

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Como \u00e9 que podemos atuar para haver mudan\u00e7a social?<\/b><\/p>\n

No Reino Unido, por exemplo, no ano passado, os movimentos clim\u00e1ticos deixaram de fazer determinado tipo de iniciativas e passaram a concentrar-se em manifesta\u00e7\u00f5es de grande dimens\u00e3o. \u00c9 pensar: \u201cComo \u00e9 que eu trago mais pessoas para a minha causa?\u201d. H\u00e1 uma larga quantidade de pessoas, cerca de 60%, que percebe que algo de anormal est\u00e1 a acontecer e que tudo \u00e9 diferente daquilo de que se recordava. E percebe que alguma coisa est\u00e1 a mudar e at\u00e9 gostava de perceber o que \u00e9 que pode fazer. Mas, na verdade, n\u00e3o sabe. H\u00e1 todo um conjunto de d\u00favidas que as pessoas t\u00eam, porque comunicar ci\u00eancia clim\u00e1tica \u00e9 muito complexo. Na nossa perspetiva, \u00e9 preciso trazer as ci\u00eancias clim\u00e1tica e comportamental e junt\u00e1-las com artistas, humoristas e contadores de hist\u00f3rias, procurando ter, desta forma, v\u00e1rias pessoas com diferentes compet\u00eancias no mesmo projeto e tentar, com isso, contar melhor a hist\u00f3ria sobre o que \u00e9 isto, por que \u00e9 que est\u00e1 a acontecer e como \u00e9 que n\u00f3s, comunidade, podemos contribuir de melhor forma. Acho que \u00e9 preciso contar melhor a hist\u00f3ria para as pessoas perceberem que tamb\u00e9m \u00e9 com elas e que n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 com os outros. As dimens\u00f5es do conte\u00fado, do humor, do jornalismo, s\u00e3o fundamentais para haver uma linguagem mais clara, acess\u00edvel e compreens\u00edvel. O nosso c\u00e9rebro funciona com hist\u00f3rias.<\/p>\n

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Sabemos que a ci\u00eancia clim\u00e1tica tem mais de 100 anos. Repetimos que n\u00e3o podemos continuar a ignor\u00e1-la, mas a falta de discuss\u00e3o sobre o ambiente nos debates para as \u00faltimas elei\u00e7\u00f5es legislativas foi um bom exemplo da import\u00e2ncia que lhe estamos a dar. Ser\u00e1 que \u00e9 preciso irmos todos em expedi\u00e7\u00e3o ao \u00c1rtico para ouvir o som do Planeta a aquecer, como escreve na sua cr\u00f3nica, para acelerar a nossa a\u00e7\u00e3o?<\/b><\/p>\n

Al\u00e9m dos projetos de que fal\u00e1mos, h\u00e1 uma outra \u00e1rea em que estamos a trabalhar que tem que ver com a experi\u00eancia. E a experi\u00eancia \u00e9 muito importante para nos fazer ver de forma diferente. Um dos projetos que estamos a desenvolver este ano tem que ver com a minha experi\u00eancia no \u00c1rtico. Claro que as pessoas que estavam ali n\u00e3o precisavam de ser convencidas sobre a import\u00e2ncia de atuarmos, de fazermos algo. A diferen\u00e7a \u00e9 que, quando estamos ali, percebemos o n\u00edvel de interconex\u00e3o e interliga\u00e7\u00e3o em que vivemos, porque aquilo que acontece a milhares de quil\u00f3metros de dist\u00e2ncia de Lisboa, por exemplo, tem impacto direto em Lisboa. Cada som que se ouve de mais um peda\u00e7o de gelo a cair tem impacto na subida do n\u00edvel m\u00e9dio da \u00e1gua do mar. Sendo Portugal um pa\u00eds banhado por \u00e1gua, naturalmente que isso tem um enorme impacto na nossa vida. Portanto, o que a experi\u00eancia nos d\u00e1 \u00e9 isso. Mesmo a milhares de quil\u00f3metros de dist\u00e2ncia, o que est\u00e1 ali a acontecer tem que ver connosco. E vice-versa. N\u00e3o sei se \u00e9 preciso irmos todos ao \u00c1rtico. Se calhar n\u00e3o \u00e9 preciso, considerando que as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas est\u00e3o \u00e0 nossa porta. Tanto temos 30 graus num dia, como no dia seguinte temos uma tempestade tropical e a seguir temos falta de \u00e1gua. Acho que as pessoas come\u00e7am realmente a perceber que este \u00e9 um tema que est\u00e1 mais presente do que achamos.<\/p>\n <\/div>\n\n

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\n \u00c9 preciso trazer as ci\u00eancias clim\u00e1tica e comportamental e junt\u00e1-las com artistas, humoristas e contadores de hist\u00f3rias (…) \u00e9 preciso contar melhor a hist\u00f3ria para as pessoas perceberem que tamb\u00e9m \u00e9 com elas e que n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 com os outros. As dimens\u00f5es do conte\u00fado, do humor, do jornalismo, s\u00e3o fundamentais para haver uma linguagem mais clara, acess\u00edvel e compreens\u00edvel. <\/div>\n<\/div>\n\n\n\n
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At\u00e9 que ponto \u00e9 poss\u00edvel dissociar o cariz ambiental do social, hoje em dia, ao criar um projeto destes cujo objetivo \u00e9 ter impacto?<\/b><\/p>\n

Na minha opini\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel. Para mim, a raz\u00e3o principal \u00e9 a seguinte: quando falamos no impacto das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, primeiro, o impacto \u00e9 bastante injusto, porque os pa\u00edses no mundo que mais sofrem com o impacto das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas s\u00e3o os que menos contribuem para elas. Desde a\u00ed, \u00e9 um tema de justi\u00e7a global. Os pa\u00edses mais amea\u00e7ados pelas altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas n\u00e3o s\u00e3o os pa\u00edses onde estamos a viver. \u00c9 por isso que as grandes discuss\u00f5es que se t\u00eam feito em f\u00f3runs internacionais [se centram] na ideia de investir nos pa\u00edses que mais est\u00e3o a sofrer com o impacto das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, nomeadamente em \u00c1frica, para que tamb\u00e9m seja poss\u00edvel mitigar o efeito das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. \u00c9 um tema de justi\u00e7a entre povos. Depois, h\u00e1 um segundo tema que tem que ver com a justi\u00e7a econ\u00f3mica, porque, naturalmente, nem todos temos as mesmas condi\u00e7\u00f5es para conduzir um carro el\u00e9trico ou para comprar um determinado tipo de produtos ou ter um determinado tipo de condi\u00e7\u00f5es de energia. Isto tem que ser ponderado no plano social. Al\u00e9m disso, outro tema que tamb\u00e9m me diz bastante \u00e9 o da justi\u00e7a de g\u00e9nero: nos pa\u00edses mais afetados pelas altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, as mulheres e as crian\u00e7as s\u00e3o particularmente afetadas. Isto para falarmos sobre a justi\u00e7a clim\u00e1tica. Por outro lado, do ponto de vista do que as empresas e as organiza\u00e7\u00f5es t\u00eam que fazer para responder ao tema, hoje em dia h\u00e1 uma regula\u00e7\u00e3o europeia muito exigente. Por isso \u00e9 que se fala muito do ESG \u2013 Environmental, Social, and Corporate Governance<\/i>. A regula\u00e7\u00e3o, hoje em dia, faz com o que o pilar ambiental e o social j\u00e1 tenham uma grande relev\u00e2ncia naquilo que as empresas t\u00eam que fazer. No pilar \u2018S\u2019 \u2013 o social \u2013 as pessoas j\u00e1 t\u00eam obriga\u00e7\u00f5es em mat\u00e9ria da sua organiza\u00e7\u00e3o, de trabalhadores, de direitos humanos, do impacto na comunidade, etc. Hoje em dia, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel, na minha opini\u00e3o, fazer um trabalho que procure ideias e solu\u00e7\u00f5es melhores para fazer face \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas sem ter o pilar \u2018E\u2019 e \u2018S\u2019 quase simbioticamente unidos.<\/p>\n

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Fala tamb\u00e9m da complementaridade entre \u00e1reas distintas, como a finan\u00e7a clim\u00e1tica, a sustentabilidade, a moda, a alimenta\u00e7\u00e3o, a comunica\u00e7\u00e3o, enfim. Transpondo isto para o governo, o que \u00e9 que nos pode dizer da complementaridade das v\u00e1rias \u00e1reas relativamente ao ambiente, atrav\u00e9s da experi\u00eancia que teve enquanto ministra da Cultura?\u00a0<\/b><\/p>\n

N\u00f3s tivemos muitas intera\u00e7\u00f5es com o Minist\u00e9rio do Ambiente em diferentes momentos. Precisamente com esta ideia de como \u00e9 que conseguimos, trabalhando em conjunto, criar mais consciencializa\u00e7\u00e3o e envolver mais as pessoas sobre as necessidades e o desafio que as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas nos colocam, atrav\u00e9s da arte, da criatividade e do patrim\u00f3nio. Tivemos alguns projetos na \u00e1rea da biodiversidade e das florestas, como uma iniciativa de apoio a projetos art\u00edsticos em determinados locais do pa\u00eds que alertavam, por exemplo, para a import\u00e2ncia da floresta. Nesta altura, criou-se na Dire\u00e7\u00e3o-Geral das Artes uma linha que tinha que ver com ambiente e arte. Procur\u00e1mos fazer coisas pequenas, porque n\u00e3o era o nosso foco, mas essa foi uma das \u00e1reas do governo com quem dialog\u00e1mos bastante, com base na ideia de juntar diferentes pessoas com diferentes formas de pensar e de criar para conseguir chegar melhor \u00e0s outras pessoas. A arte e a criatividade sempre foram muito importantes nas grandes mudan\u00e7as da humanidade, nas mudan\u00e7as civilizacionais e pol\u00edticas. Acho que a arte e a criatividade t\u00eam um papel muito importante, naquilo que diz respeito \u00e0 mudan\u00e7a clim\u00e1tica e \u00e0 forma como as comunidades e as empresas t\u00eam que fazer aquilo que lhes compete.<\/p>\n <\/div>\n\n

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