Uma das teorias mais difundidas diz que a Terra é um disco, com o Ártico e a Antártica ao centro e uma parede de 45m de gelo à volta, onde a NASA manterá uma vigilância apertada de forma a impedir que haja tentativas de subir esta parede e, eventualmente, cair para o vazio do espaço.
Uma pequena pesquisa no Facebook permite encontrar alguns grupos como o Flat Earth, com mais de 500 mil seguidores; ou o Official Flat Earth Global Discussion Group, no qual são publicados mais de 10 posts diariamente para os quase 65 mil membros; Da mesma forma, no YouTube, é possível encontrar inúmeros canais dedicados a esta teoria, alguns com títulos como “Proving the world is flat” com cerca de 1,8 milhões de visualizações.
Existe ainda uma associação fundada em 1956 que dá pelo nome de Flat Earth Society. Embora não haja consenso quanto ao número de membros atuais, existem convenções em países como o Reino Unido, Brasil e EUA, onde o tema da terra plana é bastante difundido.
Uma das teorias mais difundidas diz que a Terra é um disco, com o Ártico e a Antártica ao centro e uma parede de 45m de gelo à volta.
Em 2021 uma sondagem publicada pela agência Reuters indicava que 5,8% dos italianos acreditava na teoria da terra ser plana e que um em cada 10 dos inquiridos duvidada da ida do Homem à lua.
Já este ano, o Datafolha, um site de pesquisas ligado ao jornal Folha de São Paulo, revelou que 8% da população brasileira (um aumento de 1% relativamente a uma mesma sondagem de 2019) também acreditava nesta teoria. Ora tendo em conta a população total do país que segundo o site countrymeters já é quase de 221 milhões de pessoas, serão cerca de 17 milhões os brasileiros a admitir a ideia da terra ser plana.
Outro dado que contribui para a disseminação desta teoria é o apoio público de algumas celebridades, especialmente americanas, como o jogador de NBA Kyrie Irving, a modelo Tila Tequila ou o rapper B.o.B. Este último iniciou até uma campanha de GoFundMe com o objetivo de angariar fundos suficientes para enviar um satélite para o espaço, de modo a conseguir provar que o planeta não é redondo.
A substância por trás do argumento que a terra não tem rotação é porque esta não é sentida pelos humanos.
Os argumentos mais utilizados por estes grupos e indivíduos são, entre outros, de que não existe rotação do planeta por este não ser curvo, que a gravidade é uma ilusão, que as bússolas não funcionam se a terra for esférica ou que os padrões de voo dos aviões comerciais em linha reta provam como o planeta é plano.
A substância por trás do argumento que a terra não tem rotação é porque esta não é sentida pelos humanos. A resposta a isto é simples, a velocidade da rotação é constante. Esta rotação explica também o facto de os aviões não poderem circular em linha recta, uma vez que o planeta está sempre em movimento, os pilotos têm de adequar inúmeras vezes a altitude e velocidade, precisamente devido ao facto da Terra ter curvatura e rotação.
Além disso, como demonstra um artigo publicado pelo jornal espanhol El País, a duração das viagens de longo curso consoante a direção escolhida (Este ou Oeste) são diferentes, algo que não seria possível caso a Terra fosse plana.
A curvatura do planeta já foi provada vezes sem conta e pode ser vista a partir locais muito elevados. De acordo com o site space.com esta experiência já foi feita em 1930, quando em pleno voo a 6 km de altitude foram tiradas fotografias pelo então piloto americano Albert Stevens. Mais tarde, em 1935, Stevens subiu até aos 22km para fazer mais uma fotografia em que a curvatura do nosso planeta é visível. Deixamos aqui outras imagens mais atuais do nosso planeta e de outros que compõem o chamado sistema solar.
A primeira foto q provar a curvutura da terra foi feita em 1930, pelo piloto americano Albert Stevens, a um altitude de 6 mil metros. (foto: The National Geographic Society)
Em relação à lei da gravidade esta estipula que a atração gravitacional do planeta força-nos ao chão. Se a Terra fosse plana, as pessoas que habitassem as zonas mais perto dos limites do suposto disco, sentiriam a gravidade a um ângulo diferente, uma vez que a gravidade puxa para o centro, como explica um artigo publicado no site astronomy.com.
Um segundo artigo publicado no site da Columbia Climate School, afirma que caso o planeta fosse um disco, a gravidade teria um impacto nos oceanos de forma a sugar toda a água para o centro do disco, forçando o crescimento de árvores de forma diagonal.
Há ainda que contar com o facto do planeta circular em órbitra à volta do Sol. A combinação das forças gravitacionais entre os dois permite esta circulação. Caso a gravidade do nosso planeta não existisse, este largaria a sua órbita e dispararia numa linha recta.
Como se não bastasse a enorme quantidade de provas a favor da forma redonda do nosso planeta, houve ainda uma tentativa em forma de documentário, intitulado “Beyond the Curve”, para provar a teoria da terra plana. O projeto, que contou com mais 20 mil dólares angariados, estimava provar de forma inabalável a teoria da terra plana, mas acabou por provar o seu oposto, como explicou a revista americana Newsweek.
E nem é caso único, pois também o brasileiro Leandro Batista, conhecido defensor da teoria da terra plana, fez uma viagem à Noruega paga pelos seguidores do seu canal de Youtube, para descobrir que afinal a Terra é inequivocamente redonda.