As criptomoedas, especialmente a Bitcoin, são frequentemente associadas a um consumo energético elevado devido à natureza da sua mineração, pois este processo exige um poder computacional intensivo para validar transações na rede Blockchain.
Um estudo da Universidade de Cambridge, publicado em 2022, afirmava mesmo que o consumo energético da Bitcoin já ultrapassava o de alguns países. E embora uma comparação simplista com países possa não ser a forma mais adequada de medir o seu verdadeiro impacto, a mineração de criptomoedas é já, segundo a ONU, um dos maiores consumidores de energia do setor digital, tal como se lê no Relatório da Economia Digital de 2024.
Por tudo isto, a rede Bitcoin tem feito um esforço para se tornar gradualmente mais eficiente em termos energéticos, com o consumo a diminuir em termos relativos nos últimos anos.
Tal deve-se ao facto das empresas de mineração de criptomoedas estarem a dar cada vez mais prioridade a fontes de energia limpas, como a solar e a eólica, de modo a reduzir a sua pegada de carbono. De acordo com dados do Bitcoin Mining Council, em 2023, 56% da energia usada na mineração de Bitcoin provinha de fontes renováveis.

De acordo com dados do Bitcoin Mining Council, em 2023, 56% da energia usada na mineração de Bitcoin provinha de fontes renováveis.
Em paralelo, muitos projetos de criptomoedas, como o Ethereum (a segunda maior criptomoeda por capitalização total do mercado a seguir à Bitcoin), estão a adotar métodos alternativos de validação, como o Proof of Stake, que consome significativamente menos energia. Esta mudança reflete uma crescente consciência sobre o impacto ambiental da mineração tradicional, baseada em Proof of Work.
Embora a mineração de criptomoedas consuma muita energia, a pegada de carbono gerada depende fortemente das fontes de energia utilizadas. A maioria das críticas à mineração de criptomoedas aponta para a dependência de combustíveis fósseis, especialmente em países onde a eletricidade é predominantemente gerada a partir de carvão e gás natural. Porém, a tendência crescente de utilizar fontes renováveis tem ajudado a mitigar esta realidade.

Com a mudança do método Proof of Work para o Proof of Stake, a criptomoeda Ethereum garante que conseguiu reduzir as suas emissões em 99%.
A pegada de carbono de uma criptomoeda pode ser substancialmente reduzida com a transição para energias limpas, como se provou, por exemplo, com a mudança do Ethereum de Proof of Work para Proof of Stake, que reduziu as suas emissões em 99%.
Se, por um lado, isto demonstra que a tecnologia está a contribuir para tornar o mercado das criptomoedas mais sustentável, por outro também evidencia a necessidade de mais investimentos e regulamentação nesta área, até porque algumas dúvidas já estão a ser levantadas sobre o alegado sucesso do Ethereum, devido à falta de dados concretos sobre o processo.