Iniciada em maio do ano passado, a Rede de Guardiãs da Natureza já envolve mais de 500 mulheres e impulsionou cerca de 90 projetos em territórios protegidos como o Parque Natural de Montesinho, a Serra da Estrela, o Estuário do Sado, o Vale do Guadiana ou a Ria Formosa, que vão desde o aproveitamento de produtos endógenos e a recuperação de viveiros na Serra da Estrela para proteger espécies nativas, até diversas iniciativas de turismo sustentável. Ou seja, exemplos que pretendem demonstrar ser possível preservar o ambiente dinamizando, ao mesmo tempo, a economia local.
A entrar numa segunda fase, a iniciativa desenvolvido pela Business as Nature – Associação para a Produção e Consumo Sustentável e a Economia Circular, foca-se agora em consolidar e expandir estas iniciativas, de modo a que as ideias saiam do papel e se tornem realidades viáveis.
A estratégia inclui a realização de bootcamps, masterclasses e a criação de uma bolsa de mentores, bem como encontros com potenciais parceiros e financiadores, de modo a dotar as Guardiãs de ferramentas e recursos para sustentarem os seus negócios, garantindo que se tornam viáveis a longo prazo. Adicionalmente, novos territórios estão agora a ser integrados na rede, com programas específicos de capacitação para novas Guardiãs.
Susana Viseu, fundadora da Business as Nature, destaca que este esforço conjunto “permite às mulheres assumirem um papel central” na proteção ambiental e no desenvolvimento económico das suas comunidades. “Queremos que as Guardiãs se sintam equipadas e confiantes para transformar as suas ideias em projetos concretos, que gerem impacto não só localmente, mas também a nível nacional”, sublinha.
A Rede de Guardiãs da Natureza já envolve mais de 500 mulheres e impulsionou cerca de 90 projetos em diversos territórios protegidos do país.
A segunda fase do projeto abrange ainda novos territórios, ampliando a rede de Guardiãs para outras zonas de Portugal. As participantes de novas regiões também irão beneficiar de programas de capacitação específicos, que incluirão formações sobre práticas sustentáveis e gestão de recursos naturais. A ideia é aumentar o número de mulheres envolvidas, de modo a “implementar projetos que promovam a biodiversidade, a economia circular e a gestão sustentável dos recursos”, criando-se assim “novas oportunidades económicas e sociais nas regiões envolvidas”.
Esta nova fase contempla ainda a criação de uma bolsa de voluntariado, que permitirá à rede colaborar com outras organizações e entidades, e culminará com o Encontro Nacional de Guardiãs, um evento que reunirá todas as participantes para “partilhar experiências, apresentar resultados e explorar novas formas de colaboração e crescimento conjunto”.
Muito mais que um mero projeto socio-económico, a Rede de Guardiãs da Natureza pretende assim assumir-se “um movimento que demonstra como a liderança feminina pode ser um pilar para um futuro mais sustentável”, no qual a preservação da natureza e a criação de riqueza não são incompatíveis.