De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, o setor dos “transportes consomem um terço de toda a energia final na EU”, sendo que “a maior parte dessa energia provém do petróleo”. Tal “significa que os transportes são responsáveis por uma grande parte das emissões de gases com efeito de estufa da UE e contribuem significativamente para as alterações climáticas”.
Outro dado relevante é que “os automóveis, as furgonetas, os camiões e os autocarros produzem mais de 70 % das emissões globais de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes” – o restante provém principalmente da navegação e da aviação.
Porém, os transportes são uma necessidade global, pelo que a chamada mobilidade sustentável, mais que uma tendência, é, também, cada vez mais imprescindível. Conforme explica o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, num artigo dedicado “à temática da eco-condução”, o conceito de mobilidade sustentável traduz-se numa resposta “às necessidades básicas de acesso e desenvolvimento presentes, com segurança e de forma compatível com a saúde humana e o meio ambiente, sem comprometer as gerações vindouras”; passa também por “disponibilizar soluções eficazes multimodais, que apoiem a competitividade da economia e o desenvolvimento territorial equilibrado; e ainda “limitar as emissões e os resíduos”, bem como “minimizar o impacto sobre o uso do solo e a poluição sonora”.
Segundo a Agência Europeia do Ambiente, ““os automóveis, as furgonetas, os camiões e os autocarros produzem mais de 70 % das emissões globais de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes”.
Dito assim até parece fácil, mas como se pode comprovar os números provam o contrário, pois “enquanto a maioria dos outros setores económicos, como a produção de energia e a indústria, reduziram as suas emissões desde 1990, as dos transportes aumentaram”, representando agora “mais de um quarto das emissões totais de gases com efeito de estufa da EU”, alerta novamente a Agência Europeia do Ambiente. Isto faz do setor dos transportes “um importante obstáculo à concretização dos objetivos da UE em matéria de proteção do clima”.
Apesar de todos regulamentos e normas que têm vindo a ser implementados, especialmente a nível europeu, a mudança passa também pela alteração dos hábitos individuais de cada um de nós. E nem custa muito, basta seguir algumas das sugestões (ou todas) que se seguem.
Sempre que possível, o melhor é ir sempre a pé, até porque esse simples ato pode representar uma importante rotina de exercício diária.
Sempre que possível preferir alternativas ao carro
Nas deslocações para destinos próximos, o melhor é ir sempre a pé, até porque esse simples ato pode representar uma importante rotina de exercício diária, tal como trocar o carro por uma bicicleta, que até poderá ser elétrica. O ambiente agradece e a forma física melhora. Caso a viagem seja um pouco mais longa e não possa ser efetuada a pé ou de bicicleta, deve-se sempre avaliar a hipótese de se recorrer aos transportes públicos em vez de se pegar no carro.
A eficiência da condução permite reduzir o consumo de combustível e diminuir a emissão de gases poluente.
Caso o carro seja mesmo imprescindível, fazer sempre uma condução mais sustentável
A eficiência da condução permite reduzir o consumo de combustível e diminuir a emissão de gases poluente, mas para isso é importante mudar alguns hábitos e passar a conduzir a uma velocidade constante, sem acelerações ou travagens bruscas e usando sempre que possível a mudança mais alta possível, para consumir menos combustível.
Outro pormenor importante é a manutenção do carro. Convém verificar regularmente o nível de óleo, a pressão correta dos pneus ou filtros do óleo, do ar e do combustível.
Uma das soluções para ter menos carros nas estradas passa pela partilha de boleias com os colegas de trabalho.
Partilhar viagens de carro
Quando não se pode abdicar do carro nas deslocações para o emprego, uma das soluções passa pela partilha de boleias com os colegas de trabalho. Além de contribuir para tirar carros da estrada, reduzindo assim a poluição, também ganha na carteira, com a poupança direta que se consegue em combustíveis e portagens.
As opções de automóveis elétricos já são bastante variadas, tal como os preços; e as vantagens, em comparação com os veículos a combustão, estão cada vez mais à vista.
Optar por um carro elétrico
Quem estiver a pensar em trocar de carro tendo em conta o conceito de mobilidade sustentável pode optar por um veículo elétrico ou híbrido. As opções já são bastante variadas, tal como os preços; e as vantagens, em comparação com os veículos a combustão, estão cada vez mais à vista, não só por emitirem menos CO2 (já contando com o processo de fabrico), como pelos custos, de manutenção, inspeção e combustíveis, que são mais reduzidos. Além disso, continuam a haver diversos incentivos fiscais para a sua aquisição.
Quando usadas com civilidade, as trotinetes elétricas podem ser uma alternativa bastante válida para deslocações curtas em ambiente urbano.
Usar os meios de mobilidade elétrica disponíveis nas cidades
Apesar de em muitas locais se terem tornado uma verdadeira praga, ao ponto de já terem sido proibidas nalgumas cidades, como Paris ou Madrid, as trotinetas elétricas, quando usadas com civilidade, podem ser uma alternativa bastante válida para deslocações curtas em ambiente urbano. Não só reduzem as emissões de CO2 e a poluição sonora, como têm um preço inferior ao de outros meios de transporte ditos mais tradicionais. Neste campo são também várias as cidades e até regiões do interior que dispõem de frotas de bicicletas elétricas para uso público e com vários pontos de recolha espalhados pelo território.