As conclusões de um estudo realizado em março pelo ERP Portugal, Entidade Gestora de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) e Resíduos de Baterias, em parceria com a DECO PROteste, indicam que 50% dos inquiridos não possuem a informação necessária para efetuar a separação correta de pilhas e equipamentos eletrónicos em fim de vida.
O inquérito apurou também serem as pessoas com mais de 40 anos de idade as que apresentam maiores níveis de conhecimentos sobre as necessidades de reciclagem eletrónica, demonstrando assim a necessidade de campanhas de comunicação e sensibilização direcionadas aos mais jovens.
Relativamente aos custos da gestão de resíduos inerentes aos produtos eletrónicos, cerca de 51% dos inquiridos revelam desconhecimento sobre a inclusão destes custos no preço final dos produtos que adquirem.
Sobre esse custo, 37% dos participantes afirmam que, ao saber claramente como esse custo afeta o preço, sentir-se-iam ainda mais motivados a separar os resíduos corretamente.

O estudo revelou que a acessibilidade aos locais de recolha é um fator fundamental para incrementar os valores de reciclagem de REEE.
No que aos pequenos equipamentos eletrónicos diz respeito, metade dos inquiridos sabe que estes podem ser depositados num centro de recolha municipal ou em lojas de eletrodomésticos e 28% já tem conhecimento que este tipo de estabelecimentos também aceitam pilhas e baterias, demonstrando um crescente reconhecimento dos tipos de pontos de recolha existentes.
O estudo da ERP Portugal e da DECO PROteste revela ainda que a acessibilidade aos locais de recolha é um fator fundamental para incrementar os valores de reciclagem de REEE. E embora apenas 10% dos inquiridos admitam colocar resíduos no lixo indiferenciado, a principal razão apontada para isso é a necessidade de mais informação sobre locais de recolha acessíveis.
Nesta linha, “80 a 90% dos inquiridos” consideram que é importante reciclar estes equipamentos e 38.5% concorda que existem pontos de recolha para o efeito perto do seu domicílio. Esta percentagem diminui à medida que os inquiridos se afastam dos centros urbanos para as áreas rurais e revela que o foco do alargamento da rede de pontos de recolha deve concentrar-se nestas áreas.

28% dos inquiridos tem conhecimento que as lojas de equipamentos eletrónicos também aceitam receber pilhas e baterias para reciclar..
Já o incentivo financeiro é apontado como um possível estímulo para o aumento da separação de resíduos, sobretudo entre as faixas etárias dos 18 aos 34 anos. A larga maioria dos inquiridos (90%) revelou que se sentiria mais encorajada a separar os resíduos se, em troca, recebesse um valor sob a forma de dinheiro, voucher, descontos noutros produtos ou mesmo numa doação a outra entidade.
Adicionalmente, 85% dos inquiridos consideram que a presença de contentores específicos para o efeito em locais como supermercados, lojas de eletrodomésticos ou na rua seria um excelente incentivo à separação.
Em relação à aquisição de equipamentos em segunda mão, 60% dos inquiridos já optou por esta modalidade – 94% por questões de ordem financeira. Outro dado interessante é que apenas 24% dos 1001 inquiridos, com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos de idade, demonstra preocupações ambientais na escolha dos produtos que consome.

60% dos inquiridos confessou já ter optado por adquirir equipamentos em segunda mão.
Rosa Monforte, Diretora-Geral da ERP Portugal, afirmou que este estudo “fornece indicações valiosas para otimizar a gestão de resíduos elétricos e eletrónicos e de pilhas em Portugal”.
O compromisso passa agora por “continuar a desempenhar um papel fundamental na implementação de uma rede de recolha seletiva de proximidade, que já conta com mais 9400 pontos, e a promover ações de informação e sensibilização ao consumidor”. Só assim, acrescenta, se poderá “garantir que todos os portugueses saberão como e onde entregar os seus resíduos”.
Já para Elsa Agante, responsável da área de sustentabilidade da DECO PROteste, “os resultados deste estudo são um guia para identificar as áreas onde importa reforçar a informação e o apoio aos consumidores”.